jueves, 10 de enero de 2013



Após o deserto



Volto ao poema
Com o despertar das árvores
Caducas
Na hora da folhagem
Num tempo de rebentos
Na aparição das pétalas sem nome
E sem preço nas floristas

Volto ao poema
Carregado de galhos tenros e verdes
Por entre extremidades em fuga de mim
Como novos caminhos
Como extensões difusas
Como afluentes que se rasgam
No transbordo de um leito
Que corre sem visão de mar

Volto ao poema
Agora que amanheço sobre a noite
Onde rasguei as sombras que cobriram a madrugada
Agora que me revejo no espelho do horizonte
E me reencontro no caminho indefinido
Das minhas persuadidas certezas
Firmadas na eventualidade dos acontecimentos
Agora que os sentidos apenas são cinco.

Volto ao poema

2 comentarios:

namastibet dijo...

um renovado luso espera por si

namastibet dijo...

esperamos por si no luso