sábado, 9 de agosto de 2008

Da janela do meu quarto

Quando eu era criança
Desenhava o amanhã
Da janela do meu quarto
E pintava a profundidade dos dias
Com a cor de fundo do horizonte

Quando eu era criança
Os meus sonhos debruçavam-se
De braços abertos sobre o infinito
E todo o latejar da vida
Transpunha o parapeito
Da janela do meu quarto

Mas pouco a pouco
Fui perdendo os pincéis
E foi-me faltando a tinta
E a tela sobre a qual
Imaginava o amanhã
Da janela do meu quarto
Era a criança que fui outrora

E como ainda penso
Na criança que era
Da janela do meu quarto…
Porque hoje apenas estou
Na janela do meu quarto.

Na verdade nunca estive
Tanto no meu quarto como hoje
E na minha janela como agora
Circunscrito àquele lugar.

Quando eu era criança
Da janela do meu quarto…

3 comentarios:

Mª Dolores Marques dijo...

Um lugar propício, a vista da tua janela...
sempre em algum ponto, em que te avistavas da tua própria janela.

Continuas na mesma janela,
mas e a vista.... é igual?

Gostei do que li...porque tenho estado sobre a vista de uma "janela Triste"

Com um beijo meu
Dolores

Unknown dijo...

Há janelas que só a nós nos dizem tanto... Mesmo no Silêncio...
Doce beijo,
SANDRA MARIA FERREIRA,

Unknown dijo...

Das janelas perdidas em nós, um refúgio do Ser...
Doce bj de encanto,
Sandra Ferreira,